Associação Sul-Brasileira
dos Distribuidores de Autopeças

Depois da General Motors (GM), Honda e Volkswagen, a Volvo anunciou que paralisará já partir desta terça-feira (23) a produção de caminhões na fábrica de Curitiba. Além do avanço da pandemia, a falta de peças, principalmente componentes eletrônicos, é a principal razão para a suspensão da produção.

A escassez de produtos e insumos, entretanto, não se limita às montadoras. Há relatos, desde o meio de 2020, em toda cadeia automotiva de dificuldade de pneus, insumos químicos aplicados na produção de plásticos, borracha e espuma, e aços perfilados. Sem contatar que ainda há a limitação na produção de papelão, que afeta as embalagens e entregas.

Tudo isso acaba refletindo em uma das pontas da cadeia, que é atacado e varejo de peças. Desde o meio do ano passado, há falta de produtos no mercado, o que fez muitos empresários se reorganizarem para não permitir o desabastecimento dos clientes.

Flávio Ramos, diretor da Ramos e Copini Autopeças

 

“Nós fomos buscar marcas alternativas aos produtos que não estavam sendo entregues e fornecedores alternativos para conseguirmos trabalhar. Eu sei que isso é mais difícil para algumas empresas, mas a gente conseguiu se organizar dessa maneira para não faltar peças”, afirma Flávio Ramos, diretor da Ramos e Copini Autopeças de Frederico Westphalen.

Focada no mercado de peças para veículos leves, a Ramos e Copini tem forte atuação no mercado do Centro e Norte do Estado. A maioria dos clientes da empresa é formada de pequenos reparadores e pequenas autopeças, por isso, o que mais preocupa, na avalição de Ramos, não é a dificuldade de produtos, mas o reajuste expressivo no valor das peças. “Me preocupa bastante é o aumento. Posso dizer com certeza que houve um aumento de 25% nos últimos 12 meses”, destaca.

Segundo Ramos, o preço salgado também influencia no faturamento, já fortemente impactado pelas restrições impostas pelo Distanciamento Controlado do governo gaúcho. Por mais que o setor seja considerado essencial, podendo trabalhar em todas as bandeiras, a queda nas vendas é sentida de forma expressiva. “Na primeira semana da bandeira preta o movimento reduziu 50%, mas os custos e os impostos não”, reclama.

 

APESAR  DE TUDO, SETOR FATUROU EM 2020

 

Conforme mostra relatório do Sindipeças, o mercado de Reposição de Peças teve crescimento de quase 30% no faturamento, na comparação de janeiro de 2020 com janeiro de 2021.

No acumulado de um ano, o segmento de leves teve de 35% .

Já segmentos de pesados, apresentou desempenho negativo de abril a dezembro do ano passado. Em janeiro desse ano, entretanto, houve aumento de 19,89%.

 

SETOR AUTOMOTIVO EM SEGUNDO PLANO

 

A falta de matéria-prima, especialmente para a produção de veículos, é considerada efeito colateral da pandemia. A China, principal produtora dos semicondutores, por exemplo, redirecionou parte da produção para o mercado interno e também para regiões e segmentos econômicos com maior poder de compra. Nessa dinâmica, por exemplo, o setor automotivo, perdeu preferência para setores como os de celulares, TVs, monitores e games, segundo ele.

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