O empresário Bernardo Ferreira, sócio da McKinsey & Company e especialista no setor automotivo, viajou de São Paulo (SP) a Porto Alegre (RS) especialmente para apresentar, na reunião de associados da Asdap – Associação Sul-Brasileira dos Distribuidores de Autopeças, o estudo sobre o futuro do mercado de reposição automotivo brasileiro desenvolvido por sua empresa em parceria com fornecedores, distribuidores, varejistas, aplicadores e reparadores, cujas associações compõem o GMA – Grupo de Manutenção Automotiva. Depois de mostrar as tendências mundiais do que está por chegar ao Brasil, ele indicou aos empresários a melhor forma de se prepararem para atuar nesse novo mercado.
“É importante que haja consciência das mudanças que estão ocorrendo e a certeza de que é preciso estar muito atento e bem informado”, explicou Ferreira (foto à esquerda). “Há que se ter um olhar amplo, analisar as possibilidades de quatro ou cinco cenários diferentes e acompanhar, ao longo do tempo, qual desses cenários vai se definindo melhor”, completou.
Em um segundo momento, após a identificação do cenário mais provável, é necessário analisar quem ganha e quem perde no novo contexto. “Quem está inserido corretamente no mercado tem que saber localizar o caminho do lucro e que práticas devem ser abandonadas para evitar prejuízos”, enfatizou o empresário para os mais de 40 associados da Asdap presentes ao encontro. “E, só depois disso, pensar em estratégia e partir para o plano de ação.”
De acordo com o estudo apresentado, os players do mercado de reposição automotivo devem ficar atentos à consolidação de parcerias e à profissionalização, que fortalecem a competitividade das empresas. Também precisam se preparar rapidamente para atender clientes cada vez mais digitais e sofisticados. Aplicativos móveis, como o WhatsApp, são as plataformas mais crescentes para agendar serviços no Brasil. Dependendo do segmento, existem ainda alguns pontos específicos para serem observados com mais dedicação.
Ferreira mostrou didaticamente que pontos são esses que cada segmento de atuação – fabricantes e fornecedores, provedores de serviços, varejistas e distribuidores de peças – deve ter foco em função das mudanças que estão a caminho. Especialmente aos distribuidores de peças, recomendou, por exemplo, avaliar a oportunidade de mudar para o modelo híbrido de “atacarejo”, desenvolver serviços online para atender os varejistas, adotar práticas digitais e inteligência analítica (em inglês, analytics) e adaptar o plano de negócios aos clientes de frotas.