A crise provocada pelo novo coronavírus tem acelerado o setor de locação de caminhões e ônibus. Diante da falta de liquidez no mercado em razão da insegurança do setor financeiro em liberar crédito, várias empresas estão optando por essa modalidade.
Segundo algumas locadoras, além de não imobilizar capital, o aluguel dispensa a empresa de serviços de manutenção. Para as fabricantes dos veículos, ajuda a amenizar a alta ociosidade das fábricas, que este ano deve ficar em cerca de 80% da capacidade instalada.
A procura pela locação de caminhões começou a ganhar força nos últimos dois anos e teve um empurrão extra na pandemia. “A crise atual acelerou a demanda por locação de caminhões, já que as empresas se viram obrigadas a estudar soluções para o curto prazo que pudessem reduzir custos e reforçar o caixa, sem afetar suas operações”, afirma Renato Vaz, diretor da Marbor Frotas Corporativas, de Mogi das Cruzes (SP), que tem 100 veículos alugados, em entrevista à Agência Estado.
FROTA ALUGADA AINDA É PEQUENA NO BRASIL
Do total da frota total de caminhões em circulação no País, apenas 1% é alugada, o que mostra o potencial de crescimento para o setor. Carregar o custo de ter a propriedade do caminhão, que implica, por exemplo, em ter equipe para administrar a frota e fazer a manutenção. Cálculos indicam que o custo do aluguel chega a ser 30% menor que o da aquisição.
De janeiro a maio as vendas de caminhões caíram 26% ante 2019, e as de ônibus, 42,7%. As de automóveis e comerciais leves tiveram retração de 38%, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O que está movimentando a produção atualmente é a demanda para ônibus fretados, que representam de 12% a 15% do mercado.
De acordo com a Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (Abla), um dos setores que tem usado a modalidade é o da construção civil, que não suspendeu atividades em nenhum momento durante o ano de 2020, ao contrário de muitos setores.
DICA
Focar na solução de serviços para reparação e manutenção de ônibus e caminhões podem ser alternativas de mercado de atuação ou mesmo diversificação de serviços. Os serviços seriam oferecidos às locadoras.
Crédito Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Fonte texto: Agência Estado