Associação Sul-Brasileira
dos Distribuidores de Autopeças

A primeira palestra do 5º. Painel ASDAP foi conduzida pelo consultor empresarial Marco Flores, direto do Rio de Janeiro. Fundador da empresa 2D Consultores Associados e um dos nomes mais relevantes do segmento automotivo no Brasil, Flores apresentou dados importantes do comportamento econômico do setor neste ano de pandemia e trouxe informações animadoras, projetando um 2021 próspero para a reparação automotiva.

“Eu entendo que o segmento de reparação automotova, em 2021, viverá o ano mais fantástico de sua história”, destacou Flores já na abertura da sua fala. Ele que já no início do ano projetava um comportamento em “V” (quando a economia desce rapidamente, mas também se recupera com velocidade) para setor ainda durante a pandemia. 

“A semana que se encerrou em 27 de março foi a primeira afetada pela pandemia. Naquela semana, a emissão de cupons fiscais caiu mais de 70%. Mas eu entendia que, ainda no ano de 2020, o mercado viveria um grande momento. Nós teríamos três meses de dificuldade, a partir de julho e agosto já seriam meses de transição, setembro entraria num momento de normalidade e já afirmava que outubro seria o melhor mês deste ano e 2021 o melhor ano da história.”

Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), apresentados por Flores,abril foi o mês mais impactado pela pandemia do coronavírus. Naquele mês, o Brasil produziu menos de 2 mil carros novos. Em outubro, a produção superou os 236 mil veículos produzidos, voltando ao patamar de antes da pandemia.  “Este setor não impacta nosso segmento, mas são dados observados pelas montadoras e que merecem ser vistos, pois afetam toda uma cadeia produtiva”, destacou. 

No quesito emplacamento de carros usados, que tem relação direta para o mercado de reparação automotiva, os números, bem mais expressivos, também mostram comportamento em “V” do setor. De acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), em abril, o Brasil emplacou pouco mais de 199 mil veículos usados. Número que saltou para 1,461 milhão em outubro, o maior da série histórica. 

Uma das explicações para o aumento da compra de carros, provocando assim uma recuperação rápida, segundo Flores, está na insegurança do uso do transporte público.

“No Brasil, nove pessoas ocupam um metro quadrado no metrô durante o horário de rush. Em países desenvolvidos, onde este número é bem menor, menos de 55% de ocupação das malhas de transporte foram usadas. Por questão sanitária as pessoas usariam mais os seus veículos. E por correlação direta, quanto mais veículos, mais uso, mais manutenção.”

Sobre a frota brasileira, Flores também trouxe dados animadores para o segmento. De acordo com dados do Sindicato da Indústria de Reparação rede Veículos e Acessórios (Sindirepa), 93% da frota de pouco mais de 62 milhões de veículos que circula pelo País está em momento de reparação. O que representa 22 pontos percentuais a mais do que em 2010, quando 71% da frota estava para reparação. “É a frota mais antiga nos últimos 18 anos com uma média de 9 anos”, ressaltou.

Para concluir, Flores afirmou ainda que o segmento é tão importante para o País que é monitorado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Desde 2015, o setor cresce na ordem de 10% ao ano. O de farmácia, para comparação, cresce 6,8% ao ano. Então, é por tudo isso, que acredito que 2021 será muito bom”, concluiu. 

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