Empresas gaúchas associadas à ASDAP foram convidadas a colaborar em uma pesquisa para levantar um panorama do setor de distribuição do estado pós-intempérie climática que atingiu o Rio Grande do Sul em maio de 2024. As respostas à pesquisa, recebidas entre 6 e 13 de agosto, auxiliarão a entender melhor a real situação do setor e ajudarão em ações/decisões futuras da entidade.
“As fortes chuvas e enchentes atingiram quase todas as cidades do RS, o que desencadeou um retrocesso econômico para o estado e para o setor. Com esta pesquisa queremos ter um raio x dos negócios e termos informações concretas para lutarmos por interesses comuns”, frisa o presidente Henrique Steffen.
Das associadas que responderam, 69,2% são empresas de médio porte. As demais são de grande porte (23,1%) e pequena empresa (7,7%). Entre elas, 92,3% possuem seguro, porém a parcela estimada do prejuízo que será coberta é baixa: apenas 10%.
Entre as perguntas, as estimativas de prejuízos em edificações, máquinas/equipamentos, mobiliário e estoque.
Confira as estimativas em prejuízos:
Edificações:
53,8% – zero prejuízo
15,4% – 10 a 50 mil
15,4% – 51 a 100 mil
15,4% – 101 a 200 mil
Máquinas e equipamentos:
53,8% – zero prejuízo
23,1% – 10 a 50 mil
23,1% – 101 a 200 mil
Mobiliário:
46,2% – Zero prejuízo
30,8% – 10 a 50 mil
15,4% – 51 a 100 mil
7,7% – 101 a 200 mil
Estoque:
30,8% – Zero prejuízo
30,8% – 1,1 milhão a 2 milhões
15,4% – Mais de 5 milhões
7,7% – 10 a 100 mil
7,7% – 101 a 200 mil
7,7% – 501 mil a 1 milhão
Outro ponto que gera preocupação tanto para empregador, quanto para empregado, é a possibilidade de desligamentos, visto que 53,8% das empresas empega mais de 50 funcionários, 30,8% emprega entre 21 e 50 colaboradores, 7,7% emprega 6 a 10 funcionários e 7,7% emprega 11 a 20 colaboradores. Um registro que mostra a pujança das empresas em manter seu quadro de funcionários é que apenas 7,7% apresentam possibilidade de demissões, entre 1 e 5 desligamentos.
Quanto ao crédito para a retomada econômica, 53,8% disse não necessitar. As demais, que representam 46,2%, disseram precisar de mais de 1 milhão para a retomada. Entre as que necessitam de crédito, 50% não teve acesso aos aportes ou por ainda estarem aguardando liberação ou por estarem fora da área de inundação, ou ainda pelo crédito desejado estar sendo oferecido apenas para empresa de pequeno porte.
Embora estejam precisando de crédito, 84,6% delas já retomaram à normalidade em seu atendimento, 7,7% acreditam que será necessário 6 a 12 meses para a retomada e, outros 7,7% necessitarão de mais de 24 meses para a normalidade.
Além de crédito, também foram perguntados quanto a outros tipos de apoios para a retomada, como programas do governo (30,8%), parcelamentos facilitados com fornecedores (46,2%) ou garantia de mercadorias (7,7%).
E para finalizar, uma pergunta quanto ao descarte consciente de peças em empresas afetadas pela catástrofe climática: 61,5% diz estar filtrando e verificando o que é usável e o que é descartável. Uma parcela de 15,4% ainda irá filtrar. E os outros 23,1% afirmaram não estarem fazendo este filtro por não terem registrado prejuízos em mercadorias.
Texto: Carla Wendt / Jornalista DRT 6412