Assim como as tecnologias e equipamentos de um carro, os lubrificantes automotivos também precisam acompanhar essa evolução. Eles precisam se ajustar aos motores que reduzem o seu tamanho e peso ou ao consumo de combustível e a emissão de poluentes.
De acordo com o gerente de vendas do Aftermarket da Fuchs, Marcelo Martini, diante deste avanço, as especificações dos lubrificantes têm um “papel essencial para a saúde dos veículos”. Elas são projetadas, especialmente, para fornecer proteção reforçada contra oxidação e envelhecimento do óleo.
Também são responsáveis para evitar a perda de viscosidade do óleo, devido a cisalhamento e aeração. Por outro lado, protegem o motor contra o desgaste, depósitos de borras, degradação de propriedades à baixa e alta temperatura. As especificações ainda podem evitar o aumento de viscosidade relacionado à fuligem.
Padrões ambientais e de desempenho do motor
“Estas especificações são determinadas, normalmente, pelos fabricantes dos veículos, com objetivo de atender padrões ambientais e de desempenho do motor, e incluem testes de laboratório das montadoras”, afirma Martini. “Mas, como o mercado automotriz brasileiro é bastante diversificado e conta com um volume elevado de montadoras, a quantidade de especificações utilizadas no país também é variada”, completa.
Viscosidade, proteção contra corrosão e vedação
Segundo o gerente de vendas, as diferenças entre cada uma das normas estão relacionadas às exigências de cada montadora para que os lubrificantes automotivos atendam diversas especificações. Estas são de viscosidade, lubrificação das partes móveis do motor, proteção contra corrosão, redução da temperatura de trabalho, e vedação da passagem de possíveis gases decorrentes do processo de combustão do motor.
Entidades que regulamentam as especificações
O executivo explica que, atualmente, o mercado brasileiro utiliza, principalmente, as especificações regulamentas pelo API (Instituto de Petróleo Americano), ACEA (Associação de Fabricantes de Automóveis Europeus) e ILSAC (Comitê Internacional de Padronização e Aprovação de Lubrificantes), este último formado por americanos e japoneses. “Embora o primeiro conte com um reconhecimento maior entre mecânicos e aplicadores, isso não significa que seja melhor que as demais, uma vez que cada uma das entidades conta com características próprias”, considera.
Veículos à combustão interna e comerciais
Para a norma americana API, o desempenho é classificado por duas letras, sendo a primeira um indicativo do tipo de combustível e a segunda, do nível de desempenho do automóvel. Para os veículos à combustão interna, através de velas, os lubrificantes devem contar com a letra “S”. Já os veículos comerciais, com a letra “C”. Alguns exemplos são os lubrificantes com API SP (veículos de passeio) ou API CI-4 (veículos comerciais).
“Já na norma europeia, a ACEA, encontramos algumas classificações como as letras “A” para veículos à gasolina, a letra “B” e “C” para veículos a diesel e a letra “E” para veículos comerciais. Alguns exemplos de especificações são a ACEA A3/B4 ou ACEA E7.
Quanto à entidade asiática e americana, a especificação é sempre apresentada como ILSAC, seguida das letras GF e acompanhadas por um número, sendo este em ordem crescente. E quanto maior o valor, mais moderno e tecnológico é o lubrificante. Um dos exemplos é ILSAC GF-6.
Lubrificante indicado pelo fabricante do modelo
Conforme Martini, o ideal é utilizar, sempre, o lubrificante indicado pelo fabricante do veículo e respeitar o prazo de troca. Isso evitará muitos problemas na avaliação do gerente de venda. “Além disto, cabe destacar que um lubrificante de boa qualidade com homologações ou aprovações nas montadoras tem um melhor desempenho na maioria das vezes, pois estas homologações são ainda mais severas que as especificações API, ILSAC ou ACEA.”
Rótulo com as especificações do produto
Ele ainda informa que todos os fabricantes registrados e fiscalizados pela ANP (Agência Nacional de Petróleo), órgão que regula o setor de lubrificantes, são obrigados a colocar no rótulo as especificações do produto para que o proprietário do automóvel consiga identificá-las ao comprar ou utilizar os lubrificantes.
“Entretanto, mesmo que atualmente o consumidor seja mais exigente e a Internet uma grande aliada para compreender melhor a relevância destas especificações, é ideal que o mecânico, ou a oficina de confiança desempenhem seu papel fundamental esclarecendo a importância destas normas aos proprietários. Assim, contribui para o constante desenvolvimento e melhora da qualidade dos lubrificantes automotivos no mercado.”