A transição da indústria automotiva se direciona cada vez mais à sustentabilidade. E essa evolução afeta diretamente o combustível fóssil que é substituído pela bateria de íon lítio. E as novas tecnologias nesta direção despertam interesse e questionamentos também.
De acordo com a General Motors (GM), levando em consideração os perfis do mercado sul-americano e as matrizes energéticas utilizadas nesta região, há diferenças substanciais entre o carro elétrico e o híbrido em relação aos EVs (sigla em inglês para veículos eletrificados).
Com a visão de um futuro com “Zero acidente, Zero emissão e Zero congestionamento”, a GM tem se compromete a ser uma marca neutra em carbono até 2040. Como parte deste plano global, a fabricante está investindo 35 bilhões de dólares no desenvolvimento de 30 veículos elétricos e autônomos até 2025.
“Existem diferentes níveis de eletrificação, que influenciam desde a emissão de gases do veículo até a sua utilização”, explica o diretor de Estratégia de EVs da GM América do Sul, Marcos Paiva.
Segundo o executivo, as características da bateria e sua capacidade em gerar energia para que o veículo rode no modo zero emissão é que geralmente definem sua categoria.
Puramente elétricos: zero emissão o tempo todo
Os modelos “puramente” elétricos são considerados os mais avançados e eficientes, conforme a análise da montadora. Eles são os únicos que rodam o tempo todo no modo zero emissão, pois não possuem escapamento e tanque de combustível.
EVs de última geração têm longa autonomia
Os EVs de última geração já possuem conjunto de baterias com longa autonomia. E em alguns casos é superior à autonomia de muitos carros flex. Então, eles oferecem um desempenho ainda melhor e um reduzido custo de manutenção.
Híbridos movidos a combustão e eletricidade
Já os carros híbridos têm dois tipos de motorização, um tradicional a combustão e um outro elétrico. A ideia é poupar combustível, incrementar o desempenho e gerar energia para o automóvel rodar. Eles podem ser subdivididos em três tipos: leve, pleno e plug-in.
Menos esforço do motor e maior eficiência energética
O híbrido leve traz um motor-gerador ligado ao sistema elétrico do carro. É capaz de recuperar energia em frenagens e armazená-la numa bateria extra. O sistema, porém, não é capaz de fazer o veículo rodar apenas no modo elétrico. Por outro lado, alivia o esforço do motor a combustão e melhora ligeiramente a eficiência energética.
Força recuperada nas desacelerações e frenagens
No pleno, o carro apresenta motores a combustão e a eletricidade, que trabalham em conjunto ou individualmente. O gerenciamento ocorre de forma automática, mas pode variar bastante. A disponibilidade de energia é recuperada nas desacelerações e frenagens e armazenada numa pequena bateria, que alimenta o motor elétrico. Então, a bateria é recarregada através da combustão.
Mecanismos para ser carregado numa tomada
O plug-in tem uma arquitetura similar ao híbrido pleno, com dois tipos de motores, movidos a gasolina e eletricidade. A diferença é que o carro agrega mecanismos adicionais para ser carregado também numa tomada. Como conta com uma bateria de porte intermediário, é possível rodar de pequenas a médias distâncias no modo 100% elétrico.
Modelos 100% elétricos batem recorde
Conforme a mais recente edição do anuário Global Electric Vehicle Outlook da Agência Internacional de Energia (IEA), a venda de modelos 100% elétricos bateu recorde em 2021, com 4,9 milhões de unidades, mais do que o dobro do registrado no ano anterior. O maior mercado é o da China, no qual 13% dos carros já rodam no modo zero emissão. Uma pesquisa da Nikkei Asia indica que 2021 foi o primeiro ano em que os elétricos ultrapassaram as vendas mundiais de híbridos.
Para Paiva, as políticas direcionadas à redução de emissões, maior conhecimento dos benefícios do carro zero emissão e o aumento no preço dos combustíveis são fatores que contribuem para o maior interesse global pelos EVs. “Também são determinantes a maior oferta de modelos e a redução da diferença de preço em relação aos demais tipos de automóveis”, explica.