Dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) mostram que o cenário de forte queda em 2020, que registrou 4.945 blindagens a menos do que no ano anterior, ficou para trás. Em 2021, considerando os números apenas de janeiro a setembro, a produção já foi superior a de todo o ano anterior: 14.736 blindagens.
Foi superada inclusive a projeção da Associação para o período, que era de 9.444 veículos com a proteção estrutural. Conforme a Abrablin, a frota estimada de blindados no país é de 278.754 carros. E a capacidade produtiva entre as empresas associadas é de 2.240 unidades por mês.
O Rio Grande do Sul é o quarto estado onde mais se blindam carros no país, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, respectivamente. Entre as montadoras que mais tiveram veículos blindados no ano passado, a Volkswagen lidera a lista, seguida pela Jeep e Volvo.
Problemas de segurança e tecnologia disponível
Alexandre Cassel, CEO do Grupo Casco, especializado no setor de blindagens, enxerga um crescimento perene do serviço, diante dos problemas de segurança vividos no país e da alta tecnologia disponível no mercado, que já não acarreta prejuízo ao veículo.
“Hoje, mesmo no nível III-A, máximo permitido para uso civil, temos uma redução significativa do peso da blindagem. Desde a espessura do vidro até os novos insumos, ficamos entre 130 e 200 kg de materiais. Antes, chegavam a 600 kg”, explica Cassel.
Utilitários são os mais procurados para o serviço
De acordo com o executivo, os modelos mais comuns que passam por blindagem são o Jeep Compass, o Volvo XC60, o BMW X3 e o Porshe Cayenne SUV. São utilitários de médio e grande porte. Os SUVs são maioria entre os carros que são blindados pela Casco. Segundo Cassel, os sedãs são casos raros.
Exigências para se ter um veículo blindado
Entre as exigências para se ter um carro blindado no Brasil estão a declaração de idoneidade assinada pelo cliente e o termo de responsabilidade da empresa blindadora, no caso de pessoa física. Quando se trata de pessoa jurídica, entre os documentos exigidos está a negativa civil do representante legal.
Mudanças comportamentais em relação aos carros
Para Cassel, os impactos da Covid-19 foram sem precedentes na vida das pessoas, que perderam familiares, amigos e conhecidos. “O medo se espalhou no mundo todo, gerando uma série de reflexões existenciais. E, com elas, vieram grandes mudanças comportamentais, inclusive na relação com os automóveis”, descreve.
“Todos nós percebemos, ainda mais, a fragilidade da vida. Para pessoas com alto poder aquisitivo, realizar sonhos, como ter um supercarro, virou prioridade. Algo que agora não pode ser mais adiado”, conclui o empresário.
Perfil do público que quer proteção ao dirigir
A Abrablin fez um levantamento sobre a divisão de perfis de público que buscam a proteção balística nos automóveis. Com a pesquisa, a entidade identificou que os homens são a maioria, com 54%. No recorte por faixa etária, os proprietários de automóveis que mais procuram esse serviço são os com idade entre 50 e 59 anos. Já para as mulheres, a média é mais baixa, entre 40 e 49 anos, somando 36%.
Quanto a classificação dos dados é a profissão do condutor, mais da metade dos motoristas é formada por executivos e donos de empresas, totalizando 56%. Na sequência, vem os políticos, 19%, e depois os juízes, 12%.