Depois de quase dois anos de pandemia e, agora, com a vacinação acelerada, o Brasil já consegue olhar para a economia com menos incertezas. Mas o que esperar do mercado de reposição automotiva no pós-covid?
Para Marcelo Gabriel, diretor de desenvolvimento de negócios internacionais da LA4B – América Latina para Negócios, consultoria especializada em aftermarket automotivo, as fusões e aquisições devem aumentar, e, em função do esgotamento dos mercados, novos players devem surgir. Empresas sólidas também devem se consolidar ainda mais. Com a postergação de compra de carros novos, a manutenção será estimulada.
Gabriel também acredita que o trabalho remoto vai continuar, por isso, a quilometragem média rodada pelos veículos por ano deve diminuir. Por outro lado, a compra de carros novos deverá ser postergada, aumentando a idade média dos carros e a manutenção.
O diretor da LA4B explica que, além da falta de peças, os veículos novos estão caros. No entanto, em contrapartida, as transações de veículos usados alcançou a maior alta histórica desde 2004. “Todo veículo usado vendido pressupõe manutenção. No mínimo, o dono vai querer checar palhetas, pastilhas, discos, óleo e filtros”, enfatiza.
Novas empresas nascerão enxutas
Ele também ressalta que as ineficiências ficaram visíveis, o processo de digitalização do mercado ocorrerá horizontalmente e o ecossistema atual – fabricantes, distribuidores, varejistas e oficinas, será preservado. “As empresas que não morreram já se adaptaram e as novas já nascerão enxutas”, afirmou.
Gabriel destaca ainda alguns pontos de atenção no planejamento da demanda pós-pandemia. “Não ocorrerão mudanças no perfil da frota e os veículos terão maior tempo de posse com o mesmo dono”, disse o diretor da LA4B. Já a quilometragem média anual deve cair devido ao elevado custo do combustível e ocorrerá alternância de transporte privado e público.
O kit de sobrevivência para as empresas do mercado de reposição no pós-pandemia, segundo Gabriel, inclui não só focar em inteligência, pois, com a o avanço da tecnologia, o tempo do “achismo” acabou, mas também a mudança de mindset, pois nunca houve situação semelhante nos negócios. Além disso, as pessoas são fundamentais, por isso será preciso escolher os melhores profissionais.