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dos Distribuidores de Autopeças
Economista prevê cenário econômico estagnado em 2022
Dia 12 de dezembro de 2021 | Por Imprensa | Sobre Destaques e Economia e Últimas Notícias
Todo o mercado emergente é desafiador. O Brasil já passou por momentos bem difíceis, como em 2015 e 2016, quando o Produto Interno Bruto (PIB) registrou queda, mas, agora, o cenário está um pouco melhor, mesmo que não muito animador. Em 2021, o PIB, segundo projeção do Banco Central, registrará aumento de 4,7% e, para 2022, a expectativa é de crescimento fraco ou até pequena recessão, ficando entre menos 0,5% e mais 0,5%.
Apesar do crescimento esperado de 4,7% para o PIB em 2021, o economista e comentarista de economia internacional da CNN Brasil e Band News TV, Roberto Dumas, alerta: “Cuidado com a herança estatística”.

Roberto Dumas, economista

 

Durma explica que o PIB é calculado pela média dos trimestres no ano contra média. “Não é uma pujança, nós caímos no poço, subimos, caímos 4,1% e subimos 4,77%, ou seja, então o crescimento foi 0,5%”, ressalta. Por isso, pede para as empresas tomarem cuidado ao fazer o planejamento.

 

Segundo sua previsão, o IPCA deve fechar o ano em 10,15% e cair para 5,10% em 2022. “Notícia boa? Mais ou menos já que tomamos um remédio bem forte. Em 2021, a taxa de juros Selic sobe de 9,25% para 11,25% em 2022. Um cavalo de pau na economia para derrubar 5 pontos no IPCA”, comentou. Já o câmbio deve ficar em R$ 5,70 neste ano e R$ 5,90 para o ano que vem.

 

Para Dumas, os grandes vilões na economia, em 2022, serão a inflação que “come” o rendimento da população, especialmente, das classes C, D e E; a alta taxa de juros que prejudicará o consumo e os investimentos; e o ambiente eleitoral que sempre leva a incertezas. “Lógico que a curva de juros sobe, com a PEC dos precatórios, um calote, dívida sobe, juros também”, afirma.

 

Sobre o Refis e Auxílio Emergencial, Dumas comenta que o governo gasta mais do que pode, fura o teto de gasto, que é o único alicerce fiscal, os financiadores pedirão mais taxa de juros, consumo e assim os investimentos caem.

 

Na avaliação de Dumas, alguns segmentos do varejo, como móveis e eletrodomésticos, que tiveram um “boom” nas vendas devido ao home office e pandemia, agora, tendem a se estabilizar, bem como materiais de construção.

 

Sobre o desemprego, ressalta que, apesar de estar em queda, ainda está em nível muito alto e há a possibilidade do risco se tornar estrutural, pois os empregos estão exigindo cada vez mais pessoas capacitadas.

 

Economia mundial

 

“A China continua crescendo, o consumo chegou a 35% do PIB”, comenta Dumas, explicando que o consumo chinês deve aumentar ainda mais em 2022. “O salário dos chineses aumentou além da produtividade, com mais renda, a China comprará mais alimento do Brasil, por isso que os preços dos frigoríficos estão bombando.”

 

Além da China não querer exportar para o Brasil, o economista também cita os problemas com falta de fertilizantes; do furacão Ida, nos Estados Unidos, que resultou na interrupção da planta de amônia; e as questões da Bielorrúsia e da Rússia que quer invadir a Ucrânia. “São os países que mais exportam”, enfatiza.

 

Devido à falta de fertilizantes, a produtividade pode ser afetada e a inflação de alimentos, se continuar a elevação de preços de energia, continuará sendo realidade no Brasil.

 

Sobre os Estados Unidos, afirma que conta com crescimento sustentável. O aumento da circulação de dinheiro puxou a inflação. Mas, o FED (Banco Central dos EUA) reduziu as emissões de moeda em novembro de 2021. Em 2022, a previsão é que os juros aumentem.

 

Filtra Ação

O economista foi um dos convidados do programa Filtra Ação, canal de conteúdo online da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais e das revistas Meio Filtrante e TAE, na TV Filtros, no YouTube.

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