O momento é de administrar a retomada dos negócios no contexto da flexibilização do distanciamento social por etapas, garimpar o crédito necessário para enfrentar a recessão histórica que se anuncia e buscar o máximo de criatividade para uma adaptação ao “novo mundo” que estará posto ao final desta pandemia da covid-19. Pensando nisso é que a Asdap – Associação Sul-Brasileira dos Distribuidores de Autopeças realizou mais uma reunião online na semana passada, para que seus associados pudessem ouvir, conversar e trocar ideias com o empresário Domingos Franzim Júnior (foto em destaque), sócio-diretor da Maxauto, de Campo Grande (MS), sobre “O panorama atual da indústria de reposição e as expectativas para os próximos meses”.
“A diferença desta crise para as outras é que agora houve um colapso no abastecimento. Então, está muito mais favorável do que em 2015, por exemplo. Estamos vivendo um momento de oportunidades. A demanda está fortemente reprimida e, quando os negócios voltarem, principalmente quando São Paulo abrir, quem tiver produção, capacidade instalada, estoque alto e matéria-prima disponível vai ganhar muito dinheiro”, afirmou Franzim, que estima em 60 dias o prazo para que as empresas se adequem à nova realidade.
A oscilação do dólar não preocupa, segundo o empresário, porque, se a moeda norte-americana estiver alta, o volume de vendas até pode diminuir, mas o repasse natural dos custos para o preço aumentará a margem de lucro em reais e garantirá a compensação. “A demanda fará a diferença. O mercado vai voltar comprador. A China praticamente já equacionou a questão da pandemia e está, por exemplo, com estoque alto de componentes eletrônicos, precisando vender. Vamos poder negociar com eles, importar com prazos maiores, como nunca tivemos antes”, disse Franzim, lembrando que, se o crédito bancário ainda não está tão acessível como os empresários gostariam, pelo menos está bem mais barato o desconto de títulos.
Informação e criatividade
Competir no preço, de acordo com Franzim, se torna agora apenas básico. As empresas vão precisar ter muita informação e uni-la à criatividade para encontrar diferenciais competitivos. Isso nos mais variados setores, desde a administração, passando pela logística, até chegar ao consumidor final. Ele sabe que certamente haverá retração na venda de veículos, mas lembrou que o brasileiro tem hoje à sua disposição 683 marcas e modelos de automóveis, sem considerar as diferentes potências de motor, para mostrar o nível de competitividade a ser enfrentado no setor.
O mais novo diferencial da Maxauto é um software que agiliza a busca e venda de peças. “Esse software procura a peça a partir do número do chassi, o que possibilita saber, em instantes, qual a peça exata que tem que ir para o cliente, com todas as especificações”, contou Franzim. Com isso, termina a fase de ter que procurar em inúmeros catálogos de marcas e modelos, perder tempo e estar sujeito a falhas de semelhança. “Ganhamos tempo de pesquisa, evitamos o vai-e-vem do motoboy com trocas, ganhamos a confiança dos clientes e aumentamos o nosso nível de fidelização”, concluiu ele.