Embora as vendas de autopeças tenham recuado fortemente em dezembro na comparação com novembro (-36,3%), o faturamento anual do setor registrou alta de 5,6% sobre 2018, em linha com a projeção (5,1%) feita pela assessoria econômica do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). Os fatores que mais contribuíram para essa expansão, conforme o Relatório da Pesquisa Conjuntural, divulgado mensalmente pela entidade, foram a continuidade do atendimento à demanda reprimida durante a crise (2015-2016), a redução da taxa básica de juros, a maior oferta de crédito, a ampliação da presença de motoristas por aplicativos, a melhora dos indicadores de confiança e o menor desemprego.
A retração do mercado em dezembro já era esperada pelas empresas do segmento, mas talvez não de forma tão acentuada. A habitual programação de ajuste nos estoques de montadoras realizada nessa época do ano foi ainda mais intensificada pelo problema ocorrido no fornecimento para uma fabricante de veículos pesados.
O desempenho positivo do setor em 2019 se deve, especialmente, às vendas para as montadoras, que aumentaram 8,8% frente ao ano anterior. No mercado de reposição, o crescimento foi de 6,6%, enquanto que as exportações, prejudicadas pela crise na Argentina, recuaram 9,2% (em reais) e 15,8% (em dólares). As vendas intrassetoriais (de um fabricante de autopeças para outro) fecharam o ano com alta de 23% sobre 2018.
Reposição
O Relatório do Mercado de Reposição, outro estudo mensal elaborado e publicado pelo Sindipeças, mostra que o faturamento de autopeças no mercado de reposição recuou 7% em dezembro frente a novembro, considerando linhas leve e pesada. Foi o segundo mês consecutivo de queda na comparação mensal. Porém, em relação a dezembro de 2018, o resultado obtido é 4,8% maior. Já no desempenho anual, a receita decorrente das vendas para reposição encerrou 2019 com incremento de 5,7% sobre o ano anterior, resultado muito próximo ao de 2018 frente a 2017 (5,4%).
