Desde 2004, quando chegou a Porto Alegre (RS), a empresária Nilva Maria Bellenzier reúne, pelo menos uma vez por ano, um grupo de mulheres em suas lojas para o que ela chama de Curso de Mecânica Básica. Trata-se de uma conversa sobre a relação cotidiana das mulheres com seus automóveis e conceitos básicos de segurança de trânsito. “Nosso objetivo é construir um relacionamento de respeito e confiança, com muita informação e ampla liberdade de esclarecer dúvidas”, disse ela na breve abertura do encontro para, logo depois, passar a palavra para os instrutores técnicos.
Sanduíches, salgadinhos, sucos e refrigerantes ficam à disposição de todos, desde a chegada até o encerramento da aula, que acontece sob um carro suspenso no elevador hidráulico e exposto por um ângulo que poucas daquelas alunas tinham visto antes. Março é geralmente a mês escolhido para esses encontros em função do Dia Internacional da Mulher, comemorado dia 8, e a novidade desta 15ª edição foi o convite para que as mulheres trouxessem seus companheiros para participar do evento, o que não ocorria nos anos anteriores.
Por mais de duas horas, o consultor técnico Felipe Rafael e os mecânicos Ildo Araújo e Igor Ferraz falaram sobre manutenção veicular, direção defensiva e os diversos sistemas do automóvel, que devem ter a atenção permanente de cada proprietária na rotina do dia a dia. “São cuidados simples que muitas vezes apenas não são conhecidos, mas que, se postos em prática, podem melhorar a vida útil dos veículos, evitar muitas incomodações e dar mais segurança para as motoristas, além de garantir uma boa economia financeira com a manutenção”, afirmou Araújo, citando situações de saída e chegada de um carro na garagem, a passagem periódica por postos de abastecimento e o jeito de enfrentar o conturbado trânsito nos deslocamentos diários ou em qualquer tipo de viagem.
“É importante conhecer bem seu carro, saber o que existe nele e para que serve cada parte. É assim que poderá entender o que acontece nas mais variadas situações e solicitar os serviços adequados quando estiver em um posto de abastecimento ou em uma oficina”, explicava Felipe Rafael, enquanto as alunas manuseavam um pneu para entender como avaliar o desgaste e saber a hora da troca. Elas também puderam verificar a diferença entre uma pastilha de freio usada e uma nova, ver e entender melhor o que é uma válvula, que tem um custo insignificante, mas se não for trocada na hora certa pode comprometer um pneu novo recém trocado. Ao final do evento, todas levaram para casa uma apostila de 48 páginas didaticamente elaborada para que as orientações não sejam esquecidas e possam ser consultadas a todo momento.