Associação Sul-Brasileira
dos Distribuidores de Autopeças
Cuidados que é preciso ter ao comprar um carro usado
Dia 21 de fevereiro de 2019 | Por Roberto Alves d'Azevedo | Sobre Destaques e Mercado e Últimas Notícias

Está cada vez mais fácil e seguro comprar um veículo usado – ou seminovo, como anunciam hoje os comerciantes –, mas é preciso ter alguns cuidados básicos antes de fechar negócio para prevenir possíveis problemas futuros. Um carro encantador ao primeiro olhar, mesmo tendo sido de um único proprietário e só andado na cidade, pode esconder diversos tipos de defeitos, como ter sofrido alagamento ou um acidente comprometedor. Outra possibilidade é ter desgastes pontuais maquiados ou mesmo problemas legais. Tudo isso, porém, deve ser esclarecido após dois procedimentos razoavelmente simples: um exame por um mecânico de confiança e uma vistoria cautelar veicular.

“Estamos abertos à visita de qualquer cliente nesse sentido. Não cobramos nada, mas o cliente tem que trazer o veículo aqui na oficina, onde podemos ‘dar a real’ sem qualquer tipo de constrangimento”, diz o mecânico Jorge Ribeiro Mariante (na foto à direita), há 35 anos instalado no bairro Santana, em Porto Alegre (RS), com sua Hot Car Mecânica. Em geral, a demanda por esse perfil de serviço não é alta, mas “em dezembro e janeiro não tem semana que não apareça um por aqui”, destaca ele.

A inspeção não é demorada. “Temos facilidade de observar logo alguns pontos importantes na estrutura do carro, como os espaços nas portas, no capô e porta-malas. Os dois lados têm que estar iguais, é isso que define se houve algum choque significativo, que possa comprometer outras peças ou o uso normal do veículo”, explica o mecânico.

A seguir, no capô, é analisada a fixação do motor, a existência ou não de vazamentos de óleo ou de água e as condições da bateria. Depois, o veículo é colocado no elevador para ser inspecionado por baixo: as longarinas, o alinhamento das rodas, o desgaste equilibrado dos pneus, entre outros itens essenciais. Por fim, no interior do veículo, compara-se a quilometragem rodada com o desgaste na estrutura da direção, na alavanca de câmbio e na borracha dos pedais. Cabe também observar se há terra dentro das laterais das portas ou sob a forração, que às vezes está descolada ou até estufada, detalhes que revelam a possibilidade de o carro ter enfrentado alguma enchente.

Há ainda outras pequenas verificações que podem sinalizar problemas. Por exemplo, se o dispositivo retrátil do cinto de segurança demonstrar emperramento, é indício de oxidação, o que significa que o carro pode ter sofrido alagamento. Se ao passar o dedo por dentro do cano de descarga – atenção para só fazer isso quando ele estiver frio – a sujeira for meio azulada, é sinal de que o motor está queimando óleo. Se os faróis ou as lanternas tiverem água dentro, também pode ser sinal de que o veículo passou por uma enchente.

Depois da mecânica, a parte legal

Após o tempo dedicado ao mecânico, é preciso investir em torno de uma hora em alguma empresa de vistoria cautelar veicular. Essas, porém, cobram pelo serviço: de R$ 100 a R$ 300, dependendo do carro, com emissão de laudo descritivo com fotos e garantia de três anos.

O procedimento inclui verificação da placa e resgate do histórico de acidentes, multas e eventos em seguradoras. É averiguado se há algum registro de roubo ou furto, se o veículo participou de algum leilão, se foi alienado financeiramente alguma vez e se o chassi, o motor, o câmbio e os vidros são originais. Também é apurado se o veículo já fez ou esteve em alguma lista de recall e, por fim, se há algum tipo de restrição judicial relacionada a ele.

Importante destacar que essa “garantia de procedência” e a demonstração de isenção de envolvimento em qualquer problema legal muitas vezes é providenciada previamente pelos próprios vendedores de carros usados. Afinal, é mais uma maneira de valorizar o veículo ao buscar um comprador.

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