Primeiro automóvel fabricado pela montadora alemã Volkswagen, o Fusca celebra, neste mês de janeiro, 60 anos desde o início da sua produção nacional. A fábrica Anchieta, localizada às margens da rodovia de mesmo nome, em São Bernardo do Campo (SP), onde o modelo foi produzido até 1996, quando saiu oficialmente de linha, era a primeira da Volkswagen fora da Alemanha e permanece em atividade até hoje. Com milhares de admiradores e colecionadores apaixonados pelo mundo, costuma ser pretexto de diversos encontros e eventos ao longo de todo o ano, além de ter uma data comemorativa específica para si dentro e fora do País: 20 de janeiro é o Dia Nacional do Fusca e 22 de junho é o Dia Mundial do Fusca.
Primeiras unidades do Fusca saem da linha de produção da fábrica Anchieta
Criado sob encomenda a pedido de Adolf Hitler, que queria que a Alemanha tivesse um carro popular e acessível ao seu povo, o modelo foi desenvolvido pelo engenheiro automotivo austríaco Ferdinand Porsche. Os protótipos finais do Volkswagen – que significa “carro do povo” em alemão – foram lançados no ano de 1938, mas poucas unidades foram produzidas antes da Segunda Guerra Mundial.
Da Alemanha para o Brasil
Por aqui, os primeiros Volkswagen Sedan, fabricados na Alemanha, chegaram em 1950. A partir de 1953, o Fusca passou a ser montado na capital paulista, no bairro do Ipiranga, até o início da produção na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, em 1959. Simplicidade, resistência e baixo custo eram alguns dos principais atributos do modelo, que se tornou o principal veículo de utilidade pública no Brasil, servindo aos correios, bombeiros, às polícias civis e militares, por exemplo. Por muitos anos, a maioria dos táxis era Fusca.
Armazém no bairro do Ipiranga, onde a Volkswagen do Brasil iniciou operações
A produção seguiu ininterrupta até 1986, quando foi descontinuada para dar lugar a novos produtos da montadora alemã com o conceito de família, como o Gol, Voyage e Parati. Sete anos mais tarde, em 1993, foi retomada a pedido do então presidente da República, Itamar Franco. A versão movida a etanol, conhecida como Fusca Itamar, foi fabricada até 1996, quando o modelo se despediu de vez dos brasileiros.
Famoso e inspirador
Arrebatador de corações, o Fusca conquistou as telas de cinema como o personagem Herbie em seis filmes produzidos pelos estúdios Disney: Se Meu Fusca Falasse (The Love Bug), de 1968; As Novas Aventuras do Fusca (Herbie Rides Again), de 1974; Um Fusca em Monte Carlo (Herbie Goes to Monte Carlo), de 1977, também conhecido como Herbie – O Fusca Enamorado; A Última Cruzada do Fusca (Herbie Goes Bananas), de 1980; o remake de Se o Meu Fusca Falasse (The Love Bug), de 1997; e o mais recente Herbie – Meu Fusca Turbinado (Herbie: Fully Loaded), de 2005. No Brasil, serviu de inspiração para composições musicais, como é o caso de Fuscão Preto, de Atílio Versutti e Mariel e interpretada por Almir Rogério, assim como se tornou tema de bares, hotéis e restaurantes.
Popularmente famoso, o modelo ganhou diferentes nomes pelos países por onde passou, quase sempre relacionados a animais com o formato parecido ao da carroceria. Os mais conhecidos são Käfer (besouro) ou Kugelporsche (“Porsche-bola”) na Alemanha, Coccinelle (joaninha) na Bélgica, França e Haiti, Escarabajo (escaravelho) na Espanha e em parte da América Latina, Bug (inseto) ou Beetle (besouro) nos Estados Unidos, Cucaracha ou Cucarachita (barata ou baratinha) na Guatemala, Maggiolino (besouro) na Itália, Vocho no México e Carocha em Portugal. No Brasil, foi chamado de Fusca – e Fusquinha pelos mais íntimos –, mas recebeu também apelidos regionais, como Fuca, no Rio Grande do Sul, e Fuqui, no Paraná.
Fontes consultadas: O Livro do Carro: Enciclopédia Visual, Volkswagen do Brasil e Wikipédia
Fotos: Volkswagen do Brasil / Divulgação