Associação Sul-Brasileira
dos Distribuidores de Autopeças
Estudo inédito revela o perfil da Liderança do Setor Automotivo
Dia 16 de novembro de 2018 | Por Cristina Rispoli d'Azevedo | Sobre Destaques e Mercado e Últimas Notícias

Anunciada no início de outubro e realizada ao longo do mês pela plataforma de conteúdo Automotive Business, com coordenação técnica da MHD Consultoria Empresarial, a pesquisa Liderança do Setor Automotivo foi divulgada esta semana e trouxe uma série de informações relevantes sobre o perfil dos profissionais que conduzem as empresas do segmento automotivo no País. A fim de saber quem eles são, no que acreditam e quais são as principais dificuldades que enfrentam no dia a dia, o levantamento on-line reuniu respostas de 605 lideranças de montadoras de veículos, fabricantes de autopeças e outras empresas da cadeia produtiva no Brasil, sendo 65% deles considerados da alta gestão e 35% da média gestão.

Em geral, o perfil predominante das lideranças desse segmento é de homens (93% da alta gestão e 85% da média gestão) brancos (90% da alta gestão e 79% da média gestão), na faixa etária de 36 a 50 anos (50%), que atuam há mais de duas décadas no setor, estão há cerca de dez anos na mesma empresa e há cinco ocupam o mesmo cargo. No que diz respeito à escolaridade, em torno de 60% deles têm especialização ou MBA, 10% fizeram mestrado e 4% têm diploma de doutorado ou pós-doutorado.

Desafios da gestão

Aumentar a rentabilidade (40%), as vendas (33%), o engajamento dos colaboradores (32%) e a competitividade (29%) e reduzir custos (29%) são apontados pelos entrevistados como os principais desafios do cargo exercido atualmente. Ou seja, as entregas imediatas, de curto prazo. Questões como o desenvolvimento de novos modelos de negócios e fontes de receita (24%), novos produtos e soluções (23%) e a melhoria de processos internos (24%) são vistas como secundárias.

Quanto às barreiras existentes para esses desafios, a atuação no cenário de instabilidade política e econômica é, de longe, a que mais preocupa os participantes do estudo (83%), seguida da escassez de recursos (35%) e da falta de profissionais bem preparados (33%). A competição com outras empresas automotivas (29%) e a cultura organizacional muito rígida ou engessada (27%) também são obstáculos citados pelas lideranças do setor.

Sobre inovação

Embora o tema não tenha se destacado entre os principais desafios da gestão para os próximos anos, 88% dos entrevistados indicaram que inovar é uma questão de sobrevivência para qualquer empresa, enquanto 79% disseram ainda que inovar é uma missão de toda companhia e 71% que inovar é manter a organização relevante para o futuro. Por outro lado, parte dos respondentes acredita que as grandes inovações da indústria automotiva virão de fora do Brasil (17%), admitem que sua empresa tem pouca ou nenhuma autonomia para inovar no País (8%) e que inovar não é uma prioridade para a sua companhia (7%), além de considerar que inovar é caro (6%).

Diversidade em segundo plano

Frente aos desafios apontados, as lideranças elencaram os programas prioritários para os próximos anos. São eles: a retenção de talentos (89%), a formação de novos líderes (87%), a valorização e atualização de profissionais seniores (77%) e a atração de talentos das novas gerações (74%). Iniciativas para promover a diversidade, porém, como programas para aumentar a presença de mulheres, negros e portadores de deficiência nas empresas, possuem baixa relevância para a amostra pesquisada.

Vida pessoal x profissional

Sobrecarga de trabalho (36,90%), escassez de tempo (34,35%), pressão contínua por redução de custos (34,03%), distanciamento da família (29,23%), dificuldade para concretizar projetos importantes no Brasil (27,16%) e falta de feedback sincero dos liderados, pares e/ou superior direto estão entre os principais aspectos da posição de liderança que incomodam os participantes do estudo. A maioria deles (46% da alta gestão e 49% da média gestão) declarou trabalhar cerca de dez horas por dia e 61% assinalou já ter tido problemas de saúde – leves (50%) e intensos (11%) – causados pelo estresse no trabalho.

Ainda de acordo com a pesquisa, entre os principais receios desses profissionais estão: tomar decisão que afeta diretamente as pessoas (68%), não ser capaz de entregar inovações que vão deixar a companhia relevante a longo prazo (47%), tomar decisão que afete resultados financeiros da empresa (45%) e perder a posição que ocupam (17%). Quando questionados sobre o que gostariam de fazer, a maioria indicou ter o desejo de empreender (36% da alta gestão e 38% da média gestão), seguido do desejo de alcançar posições superiores na indústria automotiva (33% da alta gestão e 25% da média gestão).

Fotos: Freepik

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