Você certamente já viu, mesmo sem perceber, um veículo comum envelopado. Talvez tenha até notado e gostado de um modelo “diferente” com que cruzou na rua, mas não associou aquela customização à técnica de envelopamento. Se falarmos apenas em adesivagem, a ideia imediata é a de carros e caminhões de empresas que circulam por aí divulgando marcas e seus negócios. Porém, o que ainda pouca gente sabe é que essa técnica de “revestir superfícies com vinil adesivo autocolante” é um recurso eficiente também para proteger os veículos sem investir muito tempo e dinheiro.
“Há alguns anos, o foco dos clientes estava mais na estética, mas ultimamente vem aumentando muito a busca por proteção”, conta Gerson Santos (na foto à direita), proprietário da Identifixe, empresa especializada em envelopamento de veículos de Porto Alegre (RS). Ele teve seu primeiro emprego nesse mercado de adesivagem em geral no ano 2000, quando aprendeu a técnica aplicada também em fachadas, letreiros, painéis, paredes, elevadores e, inclusive, eletrodomésticos. Depois de adquirir experiência e conhecimento de mercado, decidiu, há seis anos, abrir seu próprio negócio, convidou o irmão para se juntar a ele e se especializaram no envelopamento de carros e motos.
O valor e o tempo gastos para envelopar um veículo dependem muito dá área a ser trabalhada, mas “em média, o preço se equipara ao da pintura. E o tempo de serviço cai de uma semana para algumas horas”, resume Santos, lembrando ainda que uma pintura não pode ser revertida e a retirada do envelopamento requer apenas um polimento na pintura original para devolver ao veículo o “estado de novo”. A garantia é de um ano para o processo de aplicação, com revisões obrigatórias após 30 e 60 dias, e de cinco anos para a durabilidade da película. Os adesivos nacionais, usados na adesivagem em geral, são de mais baixa qualidade, mas os importados, que são os geralmente utilizados no envelopamento de veículos, desbotam no máximo 5% nos primeiros meses e, ao final dos cinco anos, não ultrapassam o limite de 15%.
O cliente tem dezenas de cores e tons para escolher e personalizar o seu veículo a gosto, mas também pode optar apenas pelo envelopamento transparente, só para garantir que a pintura não irá sofrer desgaste do sol e da chuva, não será manchada por frutas quando estacionar sob uma árvore, não terá aqueles arranhões comuns de estacionamento próximo a outros veículos, nem marcas daquelas pedrinhas soltas de asfalto. E tudo isso resultará, de fato, em significativa valorização na hora de revender o carro.
O antes e depois de um Veloster envelopado pela Identifixe em azul cromado fosco
A estética, porém, continua gerando muitos clientes nesse mercado. “Trabalhamos para diversas concessionárias. Elas têm usado muito o envelopamento para valorizar os veículos já na hora da venda. O cliente muitas vezes quer um carro melhor, mas só pode comprar o modelo mais simples. Então, a gente vai lá e deixa o carro simples muito parecido com o modelo melhor. Isso tem acontecido bastante”, explica Santos.
Legislação
O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) autoriza a troca de cor de qualquer veículo até 50% (metade) da sua área. Se o envelopamento escolhido ultrapassar esse limite, é preciso providenciar algumas documentações específicas que exigem também o pagamento de taxas. Depois de concluído o serviço, o proprietário precisará comparecer a um Centro de Registro de Veículos Automotores (CRVA) para fazer uma vistoria nas mudanças, legalizar as alterações e emitir o novo documento do veículo. É importante observar ainda que, caso o município da empresa que se propõe a fazer o envelopamento não for o mesmo de registro do veículo, o proprietário da viatura precisará de uma licença prévia de um CRVA da sua cidade para encaminhar o serviço.