Por Marcos Guglielmi
Faltam poucos dias para o evento esportivo preferido dos brasileiros começar. A Copa do Mundo, que desta vez acontecerá na Rússia, terá início no próximo dia 14. O Brasil entra em campo no dia 17, um domingo, às 15h, contra a Suíça. Até aí, tudo certo. Mas a partida seguinte será no dia 22, uma sexta-feira, às 9h, contra a Costa Rica. O terceiro jogo da primeira fase será no dia 27, uma quarta-feira, às 15h, contra a Sérvia. Como em todo ano de Copa, os gestores se perguntam: liberar a equipe, trabalhar normalmente ou aproveitar os jogos para confraternizar?
De acordo com o Ministério do Planejamento, ainda não foi definida nenhuma alteração no calendário. Os funcionários públicos estaduais e municipais vão depender das decisões de cada prefeito e governador. A cidade de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, já definiu que será ponto facultativo todo o dia 22 e depois das 12h no dia 27. O Banco Central anunciou mudança nos horários em que os bancos funcionarão nos dias de jogos do Brasil. Quando as partidas forem às 9h, as agências vão abrir das 13h às 17h. Quando forem às 11h, os bancos ficarão abertos das 8h30 às 10h30 e das 14h às 16h. Quando o jogo acontecer às 15h, os clientes terão atendimento somente das 9h às 13h.
No setor privado, a decisão ficará a cargo dos gestores. Logicamente, essa não é uma decisão fácil e precisa levar em consideração muitas variáveis. Só na primeira fase, serão dois dias com pelo menos meio período comprometido. E, conforme for passando de fase, mais jogos em horários comerciais devem acontecer, e esses serão todos nos horários das 11h e 15h. Caberá a cada gestor decidir se libera os colaboradores para assistirem aos jogos em casa, se assistem aos jogos juntos na própria empresa ou simplesmente mantém tudo funcionando normalmente.
Ignorar a existência dos jogos e manter a empresa funcionando como se nada estivesse acontecendo não parece uma alternativa muito viável. A menos que a empresa tenha algumas funções vitais e que não possa parar de forma alguma, essa não é a opção mais indicada. A Copa é um evento que mexe com a população, tornando-se o assunto mais comentado do país inteiro. Então, se a empresa não pode parar, a sugestão é propor um rodízio na equipe, a fim de que todos possam ter a oportunidade de assistir pelo menos um jogo. Dessa forma, ninguém se sentirá perseguido ou prejudicado.
Liberar os colaboradores para assistirem os jogos em casa é uma opção que agrada muitos funcionários, mas pode desagradar os empreendedores. Além de a empresa ficar vazia durante o jogo, é preciso levar em consideração também o tempo de deslocamento, sendo necessário parar pelo menos uma hora antes e retornar uma hora depois do término do jogo. Isso se não levarmos em consideração que o tempo de deslocamento nos grandes centros urbanos costuma ser muito superior a isso.
Por fim, a terceira opção, a de assistir os jogos na empresa, parece a mais razoável. Dessa forma, o tempo de ociosidade será menor. Além disso, é inquestionável o efeito que essa atividade pode proporcionar em termos de clima organizacional. A empresa pode preparar o ambiente com bandeiras, promover o sorteio de brindes e preparar alguns petiscos para a hora da partida. A interação proporcionada entre as equipes pode ser de grande valia para o entrosamento das pessoas. Felizes, colaboradores rendem mais. Se os resultados forem favoráveis ao Brasil dentro de campo, melhor ainda.
Marcos Guglielmi é treinador de empresários, empresário e sócio-fundador da ActionCOACH São Paulo