Associação Sul-Brasileira
dos Distribuidores de Autopeças
O que o e-commerce representa no segmento de reposição
Dia 2 de abril de 2018 | Por Roberto Alves d'Azevedo | Sobre Destaques e Mercado e Últimas Notícias

O mercado tradicional de autopeças no Brasil cresceu em torno de 4% em 2017, enquanto, no e-commerce, o crescimento desse mercado foi de 30%. E a estimativa é que crescerá mais 25% agora em 2018. Esses números foram levados à reunião de março da Asdap por Danilo Fraga, da Fraga Inteligência Automotiva, que, com a experiência de parcerias e soluções que ajudaram a implementar mais de 20 estratégias de e-commerce nos mercados de Brasil, Argentina e México, foi convidado a explicar aos associados “como implementar ou potencializar as estratégias de e-commerce no segmento de reposição de autopeças”.

Os números absolutos do mercado tradicional e do e-commerce mostram que qualquer empresa ainda tem tempo suficiente para se planejar e seguir o rumo da modernidade no ritmo necessário. A tendência já virou realidade e o que ninguém mais pode ignorar é que quem não se encaminhar para as mudanças logo, não existirá em alguns anos. “É preciso pensar nisso o quanto antes porque o trabalho não é simples. É um caminho extenso. Não basta apertar um ou dois botões e sair vendendo. Há muitas dificuldades e é preciso ter atenção, não só no operacional, mas também na parte tributária, que vive um debate permanente dentro do Congresso Nacional”, disse Fraga.

Danilo Fraga em reunião com os associados da Asdap

 

Segundo ele, o mercado de e-commerce tem quatro características bem definidas que precisam ser levadas em consideração: a competitividade, que é medida na comparação dos cliques entre os concorrentes; a liberdade no acesso amplo e rápido às informações; a velocidade na decisão de compra, que muitas vezes se ampara no suporte para esclarecimentos; e o visual, que busca o máximo de detalhes para vencer o medo de não estar comprando o produto correto.

No campo operacional, a Fraga Inteligência Automotiva sintetizou o caminho para o e-commerce em sete fases:

1 – Sincronismo de preços e estoque, para que os preços não fiquem defasados e nada falte no estoque, pois a venda pela internet (e a credibilidade do vendedor) não admite esse tipo de erro;

2 – Análise de ambiente, para que os volumes do mercado estejam corretamente dimensionados, os parceiros definidos e a concorrência bem conhecida;

3 – Publicação com imagens, base de dados de aplicações, atributos e preços claros e acessíveis;

4 – Eficiência no posicionamento de títulos e estratégias de precificação;

5 – Atração do target com o uso da estratégia de marketing digital ao direcionar potenciais clientes;

6 – Atenção à conta sempre! Logística, respostas às perguntas, análise das vendas e pós-vendas;

7 – Métricas com análises das medições de performances.

De acordo com os estudos da Fraga Inteligência Automotiva, o Brasil tem hoje 75 mil oficinas mecânicas e 65% delas já compraram alguma peça no e-commerce para usar. Da mesma forma, 14% dos condutores brasileiros já compraram algum artigo para o seu carro pela internet (7% compraram peças mecânicas). Esse mercado fatura atualmente R$ 3,5 bilhões ao ano.

Outro dado importante: 82% das oficinas mecânicas que já compraram peças pela internet usaram como ferramenta de compra a plataforma Mercado Livre. A maior justificativa para essas compras é a falta da peça no mercado tradicional e a principal queixa é a demora na entrega, mas não parece haver nenhum problema com o canal de venda. O Mercado Livre facilita a compra em até dez vezes sem juros e cobra uma taxa de 11%, que não é muito diferente do desconto que os distribuidores costumam fornecer ao varejo no mercado tradicional.

Cabe destacar ainda que o setor de autopeças é a linha que mais vende (mais que sapatos, roupas, etc.) na plataforma Mercado Livre e os acessórios são os campeões de venda dentro dessa linha. Os amortecedores lideram as vendas de peças mecânicas.

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