O mercado tradicional de autopeças no Brasil cresceu em torno de 4% em 2017, enquanto, no e-commerce, o crescimento desse mercado foi de 30%. E a estimativa é que crescerá mais 25% agora em 2018. Esses números foram levados à reunião de março da Asdap por Danilo Fraga, da Fraga Inteligência Automotiva, que, com a experiência de parcerias e soluções que ajudaram a implementar mais de 20 estratégias de e-commerce nos mercados de Brasil, Argentina e México, foi convidado a explicar aos associados “como implementar ou potencializar as estratégias de e-commerce no segmento de reposição de autopeças”.
Os números absolutos do mercado tradicional e do e-commerce mostram que qualquer empresa ainda tem tempo suficiente para se planejar e seguir o rumo da modernidade no ritmo necessário. A tendência já virou realidade e o que ninguém mais pode ignorar é que quem não se encaminhar para as mudanças logo, não existirá em alguns anos. “É preciso pensar nisso o quanto antes porque o trabalho não é simples. É um caminho extenso. Não basta apertar um ou dois botões e sair vendendo. Há muitas dificuldades e é preciso ter atenção, não só no operacional, mas também na parte tributária, que vive um debate permanente dentro do Congresso Nacional”, disse Fraga.
Segundo ele, o mercado de e-commerce tem quatro características bem definidas que precisam ser levadas em consideração: a competitividade, que é medida na comparação dos cliques entre os concorrentes; a liberdade no acesso amplo e rápido às informações; a velocidade na decisão de compra, que muitas vezes se ampara no suporte para esclarecimentos; e o visual, que busca o máximo de detalhes para vencer o medo de não estar comprando o produto correto.
No campo operacional, a Fraga Inteligência Automotiva sintetizou o caminho para o e-commerce em sete fases:
1 – Sincronismo de preços e estoque, para que os preços não fiquem defasados e nada falte no estoque, pois a venda pela internet (e a credibilidade do vendedor) não admite esse tipo de erro;
2 – Análise de ambiente, para que os volumes do mercado estejam corretamente dimensionados, os parceiros definidos e a concorrência bem conhecida;
3 – Publicação com imagens, base de dados de aplicações, atributos e preços claros e acessíveis;
4 – Eficiência no posicionamento de títulos e estratégias de precificação;
5 – Atração do target com o uso da estratégia de marketing digital ao direcionar potenciais clientes;
6 – Atenção à conta sempre! Logística, respostas às perguntas, análise das vendas e pós-vendas;
7 – Métricas com análises das medições de performances.
De acordo com os estudos da Fraga Inteligência Automotiva, o Brasil tem hoje 75 mil oficinas mecânicas e 65% delas já compraram alguma peça no e-commerce para usar. Da mesma forma, 14% dos condutores brasileiros já compraram algum artigo para o seu carro pela internet (7% compraram peças mecânicas). Esse mercado fatura atualmente R$ 3,5 bilhões ao ano.
Outro dado importante: 82% das oficinas mecânicas que já compraram peças pela internet usaram como ferramenta de compra a plataforma Mercado Livre. A maior justificativa para essas compras é a falta da peça no mercado tradicional e a principal queixa é a demora na entrega, mas não parece haver nenhum problema com o canal de venda. O Mercado Livre facilita a compra em até dez vezes sem juros e cobra uma taxa de 11%, que não é muito diferente do desconto que os distribuidores costumam fornecer ao varejo no mercado tradicional.
Cabe destacar ainda que o setor de autopeças é a linha que mais vende (mais que sapatos, roupas, etc.) na plataforma Mercado Livre e os acessórios são os campeões de venda dentro dessa linha. Os amortecedores lideram as vendas de peças mecânicas.