De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o Brasil tem hoje uma frota de aproximadamente 43 milhões de automóveis em circulação e apenas 5 mil deles (0,01%) são híbridos ou elétricos. Lembrando que híbridos são carros com dois motores: um tradicional, a gasolina ou etanol, e outro elétrico. Porém, segundo a revista especializada Autoesporte, mesmo sem grandes incentivos do Governo, as vendas desses veículos triplicaram em 2017 se comparadas com as do ano anterior. E, mesmo antes do Governo anunciar o programa Rota 2030, que deve regular o setor automobilístico no lugar do Inovar-Auto extinto em dezembro passado, os atores desse mercado são unânimes ao afirmar que o caminho é sem volta: o futuro pertence mesmo aos carros híbridos e elétricos.
“Temos que ter consciência dessa realidade e nos prepararmos para ela”, enfatizou o professor, consultor e empresário Paulo Ricardo Podorodeczki, em fevereiro, para uma plateia de 300 pessoas durante o 5º Congresso do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios no Estado do Rio Grande do Sul (Sindirepa-RS). “Nossos mecânicos têm que quebrar a resistência ao conhecimento, têm que evoluir na velocidade dos avanços tecnológicos, inclusive porque já temos circulando no Brasil carros que só têm manuais em inglês. E as nossas oficinais também precisam dispor de aparelhagem adequada. É isso ou ficar fora do mercado em alguns anos”, completou.
O primeiro carro híbrido que chegou ao mercado brasileiro foi o Mercedes-Benz S400, em 2010, que custava cerca de R$ 420 mil. Hoje, há seis carros híbridos diferentes à disposição no País, que custam cerca de 100% a mais do que os seus equivalentes tradicionais. Os preços variam do Toyota Prius por R$ 127 mil, passando por Toyota Lexus, Ford Fusion, BMW i3 e Mitsubishi Outlander PHEV, até a BMW i8 por R$ 800 mil. Ainda sem preço definido, a Volkswagen está trazendo o e-Golf este ano e a Nissan prepara a chegada do Nissan Leaf para 2019.
O Governo sinaliza que oficializará ainda em março uma redução radical no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) desses automóveis, baixando a taxa para ficar igual a dos veículos tradicionais com motor 1.0. O imposto será reduzido de 25%, que é a taxa atual, para 7%. A ideia é iniciar um programa de incentivo para que esse tipo de automóvel seja popularizado no País, já que os modelos serão barateados significativamente. Quem confirmou essa informação há poucas semanas, durante um evento da Toyota, foi o ministro de Indústria e Comércio Exterior, Marcos Jorge.
Enquanto o Brasil vai tentando consolidar essa realidade dos automóveis híbridos, de respeitável eficiência energética, boa economia de combustível e considerável redução da poluição ambiental; na Europa, a Volvo já anunciou oficialmente que a partir do ano que vem só produzirá carros híbridos ou elétricos. A mesma iniciativa pretendida pela Land Rover e a Jaguar a partir de 2020. Mais adiante ainda estão os Estados Unidos, que já trabalham em busca da produção de automóveis híbridos à base de energia solar e energia eólica.